
Julho tem vindo a consolidar-se, a nível global, como o mês da consciencialização para a Inteligência Artificial (IA).
Embora não exista uma data única reconhecida internacionalmente, este mês tem sido aproveitado por governos, universidades, organizações internacionais e empresas tecnológicas para debater os desafios, oportunidades e responsabilidades associadas ao uso desta tecnologia que está a redefinir profundamente a economia, os modelos de negócio e as competências do futuro.
Este é o momento certo para que as empresas portuguesas reflitam sobre a sua maturidade digital e tecnológica, e sobre o papel que a IA pode, e deve, assumir nas suas estratégias de crescimento e competitividade.
Portugal está a acelerar na adoção de IA: o que nos dizem os dados?
Segundo o estudo da Amazon Web Services (AWS), intitulado “Desbloquear as Ambições de Portugal sobre Inteligência Artificial na Década Digital em 2025”, Portugal vive um momento de dinamismo assinalável:
- 41% das empresas portuguesas já utilizam IA, o que corresponde a cerca de 96 mil empresas que adotaram esta tecnologia pela primeira vez só no último ano;
- Isso equivale a uma nova empresa a adotar IA a cada cinco minutos;
- As start-ups lideram a adoção (62%), sendo que mais de metade já integrou a IA de forma estratégica;
- As grandes empresas apresentam uma taxa de adoção de 55%, mas apenas 11% a usam de forma verdadeiramente transformadora;
- As PMEs acompanham a média nacional, mas 65% ainda se encontram nos estágios mais básicos de maturidade digital.
Este crescimento está a ser impulsionado não só pelo aumento da literacia tecnológica, mas também pelas vantagens tangíveis que a IA oferece às organizações:
- 77% das empresas que adotaram IA reportam ganhos expressivos de produtividade;
- A IA permite redução de custos, otimização de processos, melhoria da experiência do cliente e desenvolvimento de novos produtos e serviços.
- IA como fator de transformação em todos os setores.

Os casos práticos que emergem em Portugal são ilustrativos do impacto transversal da IA:
- A Visor.ai, ao utilizar o serviço Amazon Bedrock, conseguiu um aumento de 30% na satisfação dos seus clientes, graças à integração de plataformas de conversação inteligentes;
- A OutSystems, unicórnio nacional, desenvolveu um AI Agent Builder que permite aos seus clientes integrar IA generativa nas suas próprias aplicações;
- A Secil, indústria cimenteira tradicional, está a aplicar agentes de IA generativa na gestão de recursos humanos e segurança industrial;
- A Ascendi, no setor das infraestruturas, utiliza IA para automatizar interações com clientes e melhorar a performance dos seus chatbots.
Estes exemplos demonstram que a IA não é exclusiva do setor tecnológico: é uma ferramenta transversal, aplicável em setores industriais, logísticos, energéticos, criativos, públicos e de serviços.
Mas ainda existem obstáculos a ultrapassar
Apesar dos avanços, o estudo da AWS destaca três barreiras principais à adoção generalizada da IA em Portugal:
1. Incerteza regulatória: 37% das empresas apontam a falta de clareza normativa como entrave à adoção; 44% das start-ups afirmam que esta incerteza afetou as suas estratégias; O EU AI Act, recentemente aprovado, traz novos desafios que exigem adaptação e vigilância jurídica.
2. Perceção de custos elevados: 34% das empresas receiam os investimentos iniciais;
3. Falta de competências digitais: 42% das empresas identificam a escassez de pessoas qualificadas como barreira crítica; 57% indicam que esta lacuna está a comprometer o seu ritmo de inovação.
Com a previsão de que 48% dos novos empregos exigirão competências em IA até 2027, é imperativo apostar já na requalificação e formação das equipas.

IA Responsável: ética, segurança e confiança são indissociáveis
A adoção de soluções de IA deve ser acompanhada por uma abordagem assente em princípios de ética, transparência e responsabilidade, tal como proposto pela OECD e por publicações como o “Responsible Artificial Intelligence: How to Develop and Use AI in a Responsible Way” – Virginia Dignum
Entre os princípios a seguir, destacam-se:
- A explicabilidade e interpretabilidade dos algoritmos;
- A não discriminação e mitigação de enviesamentos;
- A proteção da privacidade e segurança dos dados;
- A supervisão humana nas decisões automatizadas.
É neste enquadramento que os programas de apoio público, como o Portugal 2030 e o PRR – Recuperar Portugal, assumem um papel estratégico, ao disponibilizarem financiamento para a implementação de tecnologias emergentes, incluindo a IA, de forma segura, ética e sustentável.
E o financiamento? O Portugal 2030 apoia este salto
A estratégia nacional e europeia reconhece a importância da transição digital com forte foco na IA. Existem linhas de financiamento específicas no âmbito do Portugal 2030 e do PRR – Recuperar Portugal que podem apoiar:
- A introdução de IA nos processos produtivos;
- A formação de trabalhadores em competências digitais e inteligência artificial;
- O desenvolvimento de novos produtos e serviços baseados em IA.
A Advanced Way está preparada para apoiar a sua empresa neste percurso: desde a identificação da oportunidade de financiamento, à elaboração da candidatura, até à implementação da solução e à medição de impacto.
Julho é o mês da IA. Mas pode ser o ponto de viragem da sua empresa.
A transformação digital baseada em IA é inevitável e quem não a integrar corre o risco de perder competitividade, atratividade e relevância no mercado global. Se quer:
- Melhorar a competitividade com IA
- Inovar com responsabilidade
- Financiar essa transformação com apoio público
A IA não é só uma tecnologia. É uma nova forma de pensar, decidir e evoluir. E o futuro começa agora.
Fomentamos o crescimento sustentável das organizações com propósito e inteligência artificial responsável através da consultoria empresarial estratégica.
